quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

De olho... (Por um legado efetivo)


André Luiz Pinto
Extremamente positiva a iniciativa da Prefeitura de criar o Conselho do Legado da Cidade.
A realização de grandes eventos internacionais como a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016), trazem atrelados a eles importantes projectos urbanos, infra-estruturais, de recuperação de áreas degradadas, de desenvolvimento e, mesmo de expansão da cidade.
A conjuntura apresentada de alinhamento entre o especial momento económico e político vivido pelo país e a possibilidade de realizar estes eventos resulta numa perspectiva positiva para a cidade na próxima década. Porém é fundamental perceber, “o que isso significa em probabilidades de sinergia e efeitos catalíticos – ou de metástase, se nos enganarmos”.
O Rio pode não admitir erros e deve estar preparado para contorná-los o quanto antes.
Por isso a criação do Conselho de Legado para a Cidade é iniciativa muito bem-vinda.
O Conselho terá a participação de diversos segmentos da sociedade e nele estará presente o IAB-RJ representado pelo seu Presidente, Arquiteto Sérgio Magalhães, que expressou a posição do Instituto:
A ação do IAB é de cuidado em relação à cidade. Portanto, nos sentimos perfeitamente à vontade para analisar cada um dos investimentos que vierem a ser feitos em relação à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. São investimentos que devem qualificar ainda mais o Rio de Janeiro para que sua população possa recolher os melhores benefícios: melhores condições de mobilidade, habitação e de saneamento, por exemplo. São elementos que parecem estar distantes dos Jogos, mas isso não é verdade. Os investimentos se multiplicam quando buscam se apoiar mutuamente.
- Assim como a cidade é diversa, os modos diversos de se enxergar o Rio de Janeiro também ajudam na busca de melhores soluções. Essas soluções precisam partir de ideias e serem debatidas.
O debate e o acompanhamento pode ajudar a retificar o descompasso entre as demandas da cidade metrópole e as demandas estabelecidas pelos eventos.
Só com a maior sobreposição possível dessas demandas é que poderemos garantir um legado efetivo para a cidade. 

2 comentários:

  1. Acho que estes projetos de olimpiada e copa do mundo aumentarão a favelização do Rio em torno de uns 10 a 20%. A razão está no modelo econômico que vigora no país há tempos. São projetos que apenas enriquecerão empreiteiros, deixando para o estado falido obras que se depreciarão com o tempo. Como não há coisa similar no nordeste do país - onde a pobreza é crônica - haverá atração de paraíbas de todos os gêneros, podendo inclusive vir de outros locais. O que , salvo melhor juízo, poderia ser feito para minimizar a favelização, seria o contingenciamento dessas obras à realidade social do Rio. Claro, a proposta de regularização das favelas que já fiz aqui no blog - reconhecimento do direito de propriedade aos favelados - ajudaria bastante, porque tem como fundamento o fim das ocupações irregulares.

    ResponderExcluir
  2. A milicada do exército, na mão grande, quer destruir parte do patrimonio carioca para construir edificios de 12 andares no Leme - Forte do Leme. Essa aberraçao, especulam, conta com o apoio do Prefeito. sugiro que a turma da cidade inteira se mobilize contra essa aberração urbanística. Creio que advogados possam se interessar em promover açoes contra a vampirização do Leme. Simples. Em primeiro lugar, o fato do forte ser do domínio do exército, isto não dá o direito de propriedade para a milicada usurpadora. Em segundo lugar, trata-se de ocupação de encosta (rico ou classe média podem favelizar os nossos morros com seus espigões?) Espero não estar sozinho, porque se for, vou botar lenha na familia para que também participe dessa farra do boi e que se danem os omissos.

    ResponderExcluir