quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mobilidade paulistana.

Sérgio Magalhães

As imagens de São Paulo são indissociáveis de gigantescos engarrafamentos, isto todos sabem. Mas será inexorável continuar desse modo?


Os investimentos que são feitos continuadamente no sistema de trens e metrô de São Paulo dão inveja a qualquer de nossas cidades, paradas não necessariamente apenas em engarrafamentos, mas em atitudes que visem enfrentar a questão.


SP tinha 48km de metrô, em 2000; alcançam 78, em 2010. Não é pouca coisa, sabendo-se que já são quatro linhas que se cruzam e que se conectam a outras mais dos trens metropolitanos, potencializando o atendimento.


O padrão das novas estações, ademais, é excelente. Por exemplo: entre a plataforma e os trens há portas de vidro de segurança que abrem quando o trem já está parado e evitam acidentes.

Mas o mais expressivo é que São Paulo tem investido justamente nas regiões mais populosas e mais demandadas, oferecendo uma alternativa importante ao transporte sobre pneus.


Há alguns anos, ouvi de um diretor do BNDES que desde os anos 1970 o estado de São Paulo mantém projetos a serem financiados pelo banco, o que permitiu a continuidade que hoje é visível na sua malha metropolitana. Já o Rio, segundo aquele diretor, não apresentava nenhum projeto a ser financiado...


Vale a pena conferir o mapa do metrô paulistano, quando se pode ver que já adquiriu um desenho semelhante a outras grandes cidades desenvolvidas: http://www.metro.sp.gov.br/redes/mapa.pdf


Observe-se, sobretudo, a quantidade de conexões possíveis. É isto que confere a permeabilidade que qualifica a malha.

2 comentários:

  1. E o Rio de Janeiro continua sem projetos. Falta à cidade um orgão de planejamento forte para integrar as propostas e eleger prioridades, independente de quem seja o prefeito ou governador.

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  2. O metrô de São Paulo desenvolveu-se bastante ao longo dessa última década e ele atende bem à demanda da cidade. E, principalmente, à disposição geográfica de lá. O metrô corta de norte a sul, leste a oeste, noroeste a sudeste.
    No Rio de Janeiro eu sinto que ainda não existe essa noção de que o metrô deve ser levado para todos os cantos, independente da demanda que tenha. Ele se concentra no Centro expandido, principalmente na zona turística, visando sempre o conforto do turista - o que eu não acho errado - porém esquecendo que o transporte metroviário também atende aos trabalhadores. E, por mais que o Centro expandido seja a zona que mais presta serviços, os trabalhadores vem de longe, de outras regiões que não o Centro. Com base nisso, não adianta só fazer estação de metrô no Leblon se ela não for conectada com estações no Cachambi, na Penha, em Madureira, em Santa Cruz.
    Podem falar o que quiserem, mas o metrô, no Rio de Janeiro, é construído com outros fins que não os de atendimento dos próprios moradores da cidade.
    As Ruas do Rio - http://asruasdorio.blogspot.com

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