quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Reconstruir a cidade e o país. Primeiro, água.

Sérgio Magalhães
O centro de Porto Príncipe é plano e à beira-mar. Aí se localizam os principais equipamentos públicos, o Palácio Nacional, o estádio, a Catedral. A cidade cresceu em direção ao interior subindo até um platô a 500m de altitude, Pétionville, bairro rico. Um dos lados desse percurso é definido por montanhas, cujas encostas estão ocupadas por famílias pobres, em típicas favelas. O outro lado do percurso se derrama até se constituir em extensa planície, pouco ocupada. Nela se localizam o aeroporto e instalações da Força de Paz. A cidade tem 2,5 milhões de habitantes.
Quando as forças da ONU liberaram das gangues o bairro central de Belair, Rubem César Fernandes, diretor da ONG brasileira Viva-Rio, experiente em áreas de conflito, sugeriu organizar um esforço de requalificação do bairro. Buscou parceiros internacionais e constituímos uma missão de avaliação. Encarreguei-me do plano urbanístico.
Contudo, desde logo percebemos um condicionante: a falta de água potável. A população se abastecia por galões que ia encher em “quiosques”, supridos por caminhões-pipa. O consumo médio diário era inferior a 10 litros/pessoa, enquanto em nossas cidades é de 200 litros/pessoa. A água é escassa também pela dificuldade de captação. Buscamos suprir a carência com a perfuração de poços artezianos, com a colaboração do Batalhão de Engenharia do Exército brasileiro. Mas, as amostras foram desencorajadoras: água salobra e poluída. Investimos então em sistema alternativo, de captação da água da chuva. A experiência em uma igreja demonstrou relativa viabilidade: conseguiu-se uma suplementação para os membros da igreja que lhes permitiu dobrar o consumo. Outros equipamentos sociais, como escolas e hospitais, instalaram sistemas próprios, com bom resultado. O Viva-Rio passou a administrar quiosques do bairro, melhorando o abastecimento para as demais famílias. Não obstante, ainda é muito grande a carência de água potável.
Fizemos com universidade local o censo dos 80 000 moradores de Belair. Conhecemos as condições sanitárias e construtivas dos domicílios. Verificou-se que 58% dos domicílios tem apenas um cômodo e 90% deles não tem rede interna de água. Lembremos que Belair é bairro central, antigo. Seguramente, é melhor que as áreas mais novas, de expansão.

O lixo é outro problema, o mais evidente. Montanhas de lixo obstruíam as vias. O trabalho de uma ONG de artista haitiano que mora no exterior permitiu reduzir o lixo acumulado. Passou a existir recolhimento com alguma regularidade. Técnicos do Rio de Janeiro, com experiência na Comlurb, elaboraram um plano de coleta e destinação do lixo. Está em andamento a construção de um depósito de lixo em condições ambientais adequadas.
A eletricidade era distribuída poucas horas por dia. As ruas são carentes de iluminação pública. Enfim, o quadro de carências é incomensurável. Isto, antes do terremoto.
Agora, Porto Príncipe está semi destruída. Antes, as instituições políticas eram frágeis. Mas os símbolos arquitetônicos eram sólidos: o Palácio Nacional, a Catedral, a sede da ONU. Hoje, estes símbolos estão no chão. É o caso de recuperar as áreas centrais, reconstruir os edifícios simbólicos, referenciais para a população.
Não obstante, não me parece razoável tentar refazer todo o perdido. O tecido modal, em encostas, talvez não seja o caso recompor. É possível que estudo de ocupação das áreas vazias, na planície, possa indicar vantagens importantes, construindo-se simultaneamente redes de infraestrutura e edificações, mitigando o sofrimento dos que tudo perderam. Não será tarefa simples. Nem poderá deixar de ser embasada em um grande censo de humanidade, onde as redes sociais preexistentes possam ser preservadas ao máximo. De certo modo, não seria uma reconstrução, mas um deslocamento.
Na emergência dessas semanas, levar água para o Haiti e distribui-la é a prioridade. Será preciso vencer esta etapa para pensar-se na reconstrução da cidade. Mas ela precisará estar associada à construção de uma economia que possa garantir a sobrevivência de nove milhões de haitianos. Este é o complexo desafio que a reconstrução nos impõe. E também nele o condicionante é a carência de água da maior parte do território haitiano!

Tudo indica que o papel do Brasil se ampliará para além das forças militares, em um esforço cuja complexidade exigirá participação pluridisciplinar, a que os arquitetos brasileiros por certo não se furtarão a contribuir. O IAB-RJ, por delegação do IAB nacional, articula o apoio dos arquitetos, na possibilidade dele vir a ser desejado. O arquiteto Otávio Leonídio, membro do Conselho Superior do IAB, foi designado pelo Conselho Administrativo do IAB-RJ como coordenador desse trabalho.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Samba no Fórum das cidades

Sérgio Magalhães

A arquiteta Ana Luiza Nobre comenta em seu blog a chamada feita pelo site da ONU-Habitat para o Fórum Urbano Mundial, ilustrada com três imagens: uma pintura naïf do Corcovado com a cidade ao fundo; uma foto aérea do Pão de Açúcar; uma foto de um grupo de mulheres sambando, enquanto um passista e um homem, aparentemente autoridade-turista, trocam a experiência do gingado.

ALN protesta como Arquiteta-Urbanista-Carioca-Mulher quando vê a foto “de mulheres de biquini, sambando com um homem engravatado”. Argumenta: “Acho isso gravíssimo, sinceramente. Sobretudo quando se trata de pensar a cidade contemporânea. O fato de que as Nações Unidas não só não se dêem conta disso como contribuam para explorar essa faceta (que pode ser em parte verdadeira, mas é muito grosseira e preconceituosa) é, para mim, um sinal e tanto de que ainda falta muito para fazermos do Rio uma cidade de fato inteira.

Penso que vale o debate.

Por certo que as imagens escolhidas não são as melhores para ilustrar um fórum urbano a ser realizado no Rio de Janeiro. A pintura naïf não me parece convincente. A foto aérea do Pão de Açúcar é apenas comum. A foto do samba não é boa, embora não me pareça dissonante. Mas é esta que é o foco.

O samba não é apenas a música. É também sua manifestação coreográfica, que tem nos desfiles das escolas de samba uma síntese. O samba tem muitas possibilidades que a foto escolhida empobrece. Não obstante, não me parece uma exploração da nudez feminina. No caso, aliás, o engravatado dança com outro engravatado, este integrante do grupo.

Contudo, gostaria de comentar a escolha da foto como ilustração da cidade do Rio de Janeiro.

Uma imagem do samba é pertinente para ilustrar o Rio? A mim me parece que é. O samba é uma legítima e importantíssima expressão da cultura carioca –e, de certo modo, também é uma representação da cultura brasileira.

O samba é cultura urbana por excelência. A expressão coreográfica, a majestade que adquiriu com as escolas de samba e seus desfiles, o imaginário que construiu, a vitalidade formal e pictórica, tudo constituem como uma das faces mais importantes da cidade. Apenas uma grande cidade poderia construir uma expressão de tanta riqueza.

O samba é uma legítima junção de todas as partes do nosso território. Neste particular, discordo de Ana Luiza Nobre: é a própria cidade inteira.

Mas, quem sabe não possamos aproveitar a oportunidade do Fórum para promovermos –talvez no IAB- um evento/exposição sobre a representação iconográfica do Rio? Que outras imagens poderão dizer sobre a nossa cidade, talvez de modo melhor do que o escolhido pelo Habitat-ONU?

Blog de ALN: www.posto12.blogspot.com

Site do Hatitat: http://www.unhabitat.org/categories.asp?catid=584

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Grande notícia para o Rio

Sérgio Magalhães

Nesta tarde, o prefeito Eduardo Paes anunciou uma revisão no projeto Olímpico de enormes e importantes conseqüências para o futuro da cidade: a transferência, para a zona Portuária, da Vila da Mídia.

“Os membros do COI aceitaram nossa proposta de transferir para esta região as acomodações da Vila de Mídia, o que representa a construção de 5, 6 ou 10 mil unidades habitacionais.”


A importância dessa medida reside em uma revisão estratégica para a cidade metropolitana do Rio de Janeiro, com o fortalecimento do Centro como lugar do desenvolvimento. Após quase trinta anos em que a cidade via a reiteração da Barra da Tijuca como lugar do futuro do Rio, esta revisão no projeto, com a construção de milhares de unidades habitacionais e o centro da mídia, nos diz justamente o contrário: o Rio pode voltar a acreditar na centralidade de seu centro histórico!


Lembremos que o projeto olímpico original só fazia valorizar a Barra em detrimento do conjunto da cidade, com os investimentos públicos concentrados naquele bairro.

Agora, o núcleo jornalístico localizado no vértice dos eixos olímpicos Deodoro-Engenho de Dentro-Maracanã-Centro e Centro-Flamengo-Copacabana-Lagoa, é toda uma nova perspectiva que se abre para os investimentos públicos. A partir de hoje, é possível novamente pensar-se na revitalização da Zona Norte suburbana e de seu sistema de trens, como conseqüência inevitável do reforço da centralidade metropolitana localizada no Porto/Centro.


Fantástica notícia!


Leia a notícia no O Globo.com: MUDANÇAS - Rio fará revisão no projeto para os Jogos Olímpicos de 2016

Olimpíada para servir à cidade. O caso de Londres.

Sérgio Magalhães
Distante apenas 6km do centro de Londres, localizado em área pobre e degradada, os Jogos de 2012 “vão deixar um legado que durará por décadas”.
“Diferentemente do Rio” (...), “em Londres, a maioria dos esportes serão no East End, tradicionalmente carente, com terrenos abandonados e velhas fábricas. Propositalmente, as instalações dos Jogos foram construídas nesta área e planejados de modo que, após o evento, a população local seja beneficiada. Por exemplo: a Vila Olímpica servirá de habitação popular para pessoas pobres.” “A Vila não será hotel de luxo nem bairro de elite”.
Este trecho é parte da entrevista concedida ao jornal O Globo por Peter Ricketts, secretário-geral do Ministério do Exterior britânico, a propósito da Olimpíada de 2012.
E continua: “Uma das razões pelas quais ganhamos a sede dos Jogos é o fato de que nossa proposta não era a de um evento de 14 dias, mas a do desenvolvimento social de uma região degradada da cidade”.
O ministro Orlando Silva, dos Esportes, estará lá em março, para conhecer o trabalho. Outros brasileiros também estão compondo uma agenda de visitas. Oxalá o bom exemplo inglês possa ser aproveitado no Rio, fazendo com que os investimentos públicos sejam melhor direcionados. Nada de investir para alguns e ricos: investir para a cidade inteira! Ainda há tempo de rever, pelo menos em parte, o projeto olímpico carioca.
Não é porque o Brasil seja rico (e a Grã-Bretanha seja pobre) que devamos desperdiçar recursos públicos... Não é porque o Rio esteja todo resolvido (e Londres esteja toda por se resolver) que possamos investir despreocupadamente...
Vale a pena conferir a entrevista: "Jogos para durar 20 anos"

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Terremoto no Haiti

Sérgio Magalhães
A cidade de Porto Príncipe deve estar destruída. Os principais edifícios estão no chão. E são eles que aparecem nas imagens da TV. Mas eles também, em geral, estão localizados nas áreas planas da cidade e são mais bem construídos. Imaginem o que terá acontecido com as áreas residenciais pobres, que são construídas nas encostas, tal como nossas favelas.
Porto Príncipe tem mais de 2,5 milhões de habitantes. A imensa maioria não dispõe de água encanada. O abastecimento é por galões comprados em "quiosques". A disponibilidade é de menos de 10 litros/dia por pessoa (entre nós, calcula-se que a média de consumo seja 200 litros/dia). O lixo é recolhido muito precariamente. A energia elétrica é distribuida 1 ou 2 horas por dia. A ruas, em geral, não tem iluminação pública.
Isto tudo antes do terremoto.
O país está devastado. Sobrevoando, vê-se que o interior não tem cobertura vegetal, salvo pasto. Os córrregos/rios existem com chuva; sem chuva, ficam secos. Águas subterraneas tendem a ser salobra.
Uma reconstrução de Porto Príncipe precisaria contar com uma monumental ajuda internacional, bilhões de dólares, por muitos anos. E não vejo chance de ser bem sucedida se considerar a reconstrução do que foi destruído pelo terremoto: será necessário dar condições do país vir a se sustentar.
Como? São quase 10 milhões de hatianos!

Antes do terremoto, as instituições políticas eram frágeis. Todo o esforço da ONU era no sentido de dar consistência institucional para o país. Os símbolos institucionais eram sólidos: o Palácio Nacional, a Catedral, o Liceu Pétion, o Hotel Montana (sede da ONU). Agora, também estes símbolos estão no chão.

E eu que via as fotos que fiz em cada viagem como medida do avanço alcançado com o programa de recuperação do país! Percebia o avanço e ficava contente; mas via o lento avanço e sobrevinha a dúvida sobre a possibilidade de melhora efetiva. Jamais poderia supor que essas fotos, tão pungentes, reportando tanta pobreza e dificuldade, poderiam vir a ser documentos de um tempo superior!

O que poderemos fazer para nos solidarizarmos com o povo do Haiti? Como ajuda-lo? Há o agora e haverá o logo a seguir.Eu não tenho respostas.
Apenas, uma grande tristeza e o desejo de que possamos elaborar algo que possa ser útil.

Veja as três notas anteriores sobre o Haiti, publicadas em setembro de 2009:
Modernidades, Parece Pequena e Paisagem Bonita

Rotas do crescimento

Lucas Franco
Em um mundo cada vez mais urbano, o crescimento econômico e o desenvolvimento social tornaram-se indissociáveis da qualificação das nossas cidades.
O jornal O Globo de hoje publicou um artigo intitulado Rotas do crescimento, onde o arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães analisa essas questões e aponta itens fundamentais para a construção de uma agenda positiva.

Leia aqui o artigo de SFM, Rotas do crescimento.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Metrô: 1 + 1 = ½

Sérgio Magalhães
Esta é uma equação complicada. A Linha 1 do metrô do Rio recebeu a Linha 2 e passaram as duas a operar em conjunto pelos mesmos trilhos, pelas mesmas estações a partir da Central do Brasil até Ipanema.Teoricamente, o intervalo entre um trem e outro cairia pela metade. Assim foi divulgado.

No entanto, o Globo do último domingo informou que ocorre justamente o contrário. Os intervalos não apenas aumentaram como já não é possível prever quando virá o próximo trem...A concessionária diz que está promovendo os ajustes necessários, que tudo ficará muito bem. Que assim seja!

Afinal, inventaram esta superposição, ao invés de prosseguirem com a Linha 2 até a estação Carioca, já construída, à custa de uma prorrogação do prazo de concessão. E contrariando as opiniões dos principais técnicos do setor, que se manifestaram publicamente. Como, aliás, na mesma matéria do Globo informa o engenheiro Fernando Mac Dowell. Quais foram os técnicos ouvidos que se manifestaram a favor?

Leia aqui e aqui as matérias publicadas no Globo

domingo, 10 de janeiro de 2010

Quem irá morar? Mora onde?

Sérgio Magalhães
Em sua última edição, o Jornal dos Economistas publica uma entrevista com o professor e economista Mauro Osório, um dos mais importantes estudiosos da realidade fluminense. Vale a pena ler a íntegra.
MO trata do desenvolvimento do Rio, analisa as possibilidades do setor petrolífero como motor para a expansão econômica do estado, defende que a Olimpíada de 2016 deva melhorar a cidade inteira -e, obviamente, critica a concentração de investimentos na Barra.

Entre as reflexões que a entrevista provoca, está o trecho em que MO comenta as previsões de expansão da cidade: projetos oficiais em andamento propõem levar 100 mil moradores para a Zona Oeste, através do programa Minha Casa, Minha Vida; outras 100 mil pessoas, para a área das Vargens, recém liberada para a ocupação; e, ainda, outras 100 mil para o Centro, revitalizado.
Pergunta o professor Osório: mas se a população da cidade não cresce, de onde sairá tanta gente?

Leia aqui a entrevista de Mauro Osório.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Fórum Urbano Mundial

Iazana Guizzo
O V Fórum Urbano Mundial será realizado no Rio de Janeiro entre 22 e 26 de março, em sua primeira vez na América Latina. O evento visa debater ações para tornar as cidades mais sustentáveis e inclusivas, trabalhando temas como transporte, habitação e saneamento. Estima-se um número de dez mil participantes entre representantes de governo, ongs, universidades e sociedade civil. O tema central do FUM será "Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido". O encontro terá seis eixos de trabalho, a saber: "Levando adiante o Direito à Cidade"; "Unindo o Urbano Dividido"; "Acesso Igualitário à Moradia"; "Diversidade Cultural nas Cidades"; "Governaça e Participação"; "Urbanização Sustentável e Inclusiva".
Desde 2001 quando foi deliberado em uma assembléia da ONU, o evento acontece bienalmente e é promovido pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat). Segundo a revista AU o fórum terá três sessões plenárias, seis palestras, oito debates, 72 eventos de networking e 24 cursos de treinamento. Além disso, contará com exposição de trabalhos acadêmicos, atividades temáticas e uma exposição cultural e histórica sobre diversas cidades do mundo. Haverá, ainda, exposição em uma área de 20 mil m² envolvendo conceitos, tecnologias, técnicas e pesquisas. Para mais informações:


No Brasil a mobilização dos movimentos, entidades, organizações e redes já começou. O Fórum Nacional de Reforma Urbana convoca desde meados de novembro reuniões para definir a mobilização, atividades e a plataforma dos movimentos sociais para o 5º FUM. Acredito que o IAB poderia compor essa rede e aproveitar esse espaço para colocar as questões de sustentabilidade e habitação que envolve os projetos olímpicos. [segue o e-mail do Fórum para as organizações que se interessarem: forumreformaurbana@fase.org.br ]

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

INICIATIVA BCN-RIO 2016

Lucas Franco
O ano já é novo mas ainda continuo colhendo frutos do passado, como o belo relato que recebi esta manhã, do professor Jorge Piqué. 
"BARCELONA 14/12/2009,
No dia 12 de dezembro de 2009, um numeroso grupo de brasileiros, espanhóis e estrangeiros, que vivem em Barcelona, vestidos com as cores verde e amarelo e levando bandeiras brasileiras, realizou uma grande comemoração pela recente eleição da cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Neste dia, conduzidos por uma batucada de tambores brasileiros do grupo de percursão afro-brasileira KETUBARA e pelo grupo de capoeira VADIAÇÃO, aconteceu uma passeata ao lado do Porto de Barcelona, saindo da escultura urbana de Roy Lichtenstein (criada para os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992), com direção ao monumento a Cristóvão Colombo (onde a estátua do navegador aponta para as Américas), aos pés das famosas Ramblas, no centro da cidade.
A área do porto de Barcelona é um bom exemplo de como os Jogos Olímpicos podem ser uma grande oportunidade para a cidade inteira que os sedia. Foram exatamente os Jogos de 1992 que permitiram que o porto fosse integralmente remodelado e transformado em uma importante área de lazer, hoteleira e empresarial, a disposição de todos os cidadão e dos numerosos turistas que visitam a cidade a cada ano.
O prefeito carioca Eduardo Paes disse em uma entrevista durante a Conferência de Lausanne 2009 que “quer que no Rio aconteça o mesmo que aconteceu em Barcelona, que a cidade se transforme totalmente e entre para a lista de lugares que se há de visitar no mundo”. Expressou também seu desejo de que, depois dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro se converta em uma “cidade moderna, sofisticada, progressista, com glamour, de tendências”, assim como Barcelona.
Depois dessas declarações – e conscientes de que Barcelona é declaradamente um modelo olímpico para o Rio de Janeiro – um grupo de brasileiros residentes na capital condal se organizou para celebrar esta irmandade entre as duas cidades. Assim nasceu a Iniciativa Barcelona – Rio 2016 (www.bcn-rio2016.com), que organizou a comemoração deste sábado por essa conquista inédita para a América do Sul."
Leia aqui o release oficial na íntegra
Veja aqui algumas fotos do evento
Assista aqui e aqui a alguns vídeos do evento