quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ano novo


O ano termina com uma série de acontecimentos que nos enche de esperança, pelas possibilidades de mudanças. Inevitavelmente, porém, necessitamos que no ano de 2010 os responsáveis pelas ações confirmem as nossas expectativas.
O Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Rio de Janeiro (IAB-RJ), empossou há duas semanas a sua nova diretoria para o biênio 2010-2011. Na ocasião, as propostas de trabalho apresentadas vinham ao encontro dessas iniciativas.
Veja aqui todos os painéis com as propostas da nova diretoria, arquitetura: cidade e metrópole.
Contagiado pelo espírito comum a esta época do ano, tenho expectativas de boas mudanças e acredito que o IAB estará empenhado em discutir a nossa arquitetura, cidade e metrópole e trabalhar pelas melhores soluções.
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Aos leitores, equipe e colaboradores: obrigado por tudo e um ótimo ano para todos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Consciência ambiental

Lucas Franco
Estudos apresentados na recente conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP15) apontam que a pecuária responde por metade das emissões brasileiras de gases responsáveis pelo efeito estufa. As principais fontes de emissão de CO2 identificadas foram o desmatamento para formação de pastagem, as queimadas e a fermentação entérica do gado.
Especialistas especulam que uma produção ambientalmente mais correta poderia até duplicar o preço final dos produtos.
No último domingo, em artigo publicado no jornal O GLOBO, o deputado federal e ex-ministro da fazenda Antônio Palocci discorreu sobre o brilhante desenvolvimento do setor, o que chamou de “O salto triplo da Indústria da Carne”. Entretanto, preferiu não mencionar os desafios a serem enfrentados na imprescindível adequação a uma realidade econômica e ambientalmente sustentável.
No O GLOBO de hoje, o consultor da ONU para a Copa de 2014, Pedro Trengrouse, nos chama a atenção para o impacto ambiental do maior evento de futebol do planeta, pleiteando uma “estratégia de manejo ambiental integrada desde já aos processos de preparação.” Em seu artigo, Trengrouse apresenta números e divulga algumas das experiências da última Copa na Alemanha e da próxima, na África do Sul.
Historicamente e especialmente com relação às questões ambientais, inúmeras vezes pecamos por ignorância. Mas agora é diferente, considerar os estudos, mesmo passíveis de contestações, todos os custos conhecidos que envolvem os processos de produção e construir novas ordens de desenvolvimento não é questão de marketing, “selos verdes” ou sensibilidade.
A consciência adquirida é irrefutável, algo que será reconhecido mesmo se fecharmos os olhos.


Leia aqui o artigo de Palocci: “O salto triplo da Indústria da Carne
Leia aqui o artigo de Trengrouse: "O legado da Copa e o ambiente"

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Razão Social: Entrevista

Lucas Franco
Na última terça-feira, o suplemento Razão Social do jornal O GLOBO publicou uma entrevista com o arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães. Em pauta, como tornar o Rio uma cidade sustentável e com maior interação social.




Veja aqui a entrevista de SFM, feita pelo jornalista Emanuel Alencar.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

As cidades e o PIB

Sérgio Magalhães

O IBGE divulgou recentemente sua avaliação sobre o crescimento econômico dos estados brasileiros no período 1995-2007.

A média nacional de crescimento foi de 39,8% no período.

Já o estado do Rio de Janeiro cresceu 25,6%, constituindo-se no estado que teve o menor crescimento entre as 27 unidades federativas. Isto, apesar da participação crescente do petróleo nas contas estaduais, muito acima do crescimento médio nacional.

Não observei muitos comentários a respeito desse relatório.

Não li entrevistas dos economistas que justamente ao longo desse período nos diziam como eram promissoras as contas do estado. Lembre-se que o período perpassa tres governos, todos sempre muito satisfeitos com os grandes investimentos que o estado conseguia captar.

De fato, foram muitos os grandes investimentos, a começar pelo setor petrolífero.

Então, por que o RJ ficou na lanterna entre todos os estados?

Justamente o RJ, que é o estado mais urbano do país. Que tem 94% de sua população vivendo nas cidades.

Proponho que a questão urbana possa ser um dos fatores relevantes a ser investigado. Questão urbana: dificuldades que apresentam nossas cidades para o pleno desempenho da vida social, econômica e política. Dificuldades na mobilidade, na infra-estrutura, na ambiência, na segurança.

Tais dificuldades minam o esforço produtivo dos pequenos empreendedores, não deixam que aflorem para a prosperidade os negócios que começam diminutos e que poderiam alcançar novas escalas.

Os grandes investimentos são importantes, é claro. Mas está nos pequenos, que crescem, uma possibilidade da distribuição do desenvolvimento por todo o tecido social. Sem pequenos, não teremos médios. Não teremos economia pujante.

Veja aqui a apresentação dos dados do IBGE.

Uma pista

Sérgio Magalhães
Os estados mais urbanos do país também cresceram abaixo da média: São Paulo, RJ e Rio Grande do Sul. Todos eles ficaram muito aquém do conjunto nacional: SP=32%; RS=30%; RJ=25,6%.