sábado, 4 de julho de 2009

Natureza na Cidade

Sérgio Magalhães
Olha aí outro tema importante: Conférence Nationale de Lancement Nature en Ville, que se realiza em Paris. Todavia, também aqui parece que a cidade é tratada como se fosse algoz da natureza.
A cidade destrói a natureza?
Sim, ela causa abalos monumentais, por exemplo, quando uma grande cidade abriga milhões de pessoas que vivem sem saneamento adequado, e as águas são degradadas (lembram alguma metrópole assim?); com a expansão da ocupação urbana que não observa valores ambientais; e a própria expansão sem limites.

Mas o que está no foco de alguns participantes desta Conferência, é o verde, os sistemas paisagísticos, a arborização urbana, etc.
Esta foto é do livro Composer avec la nature en ville, mostrando o contraste entre cidade e natureza.
Mas a natureza é representada por hortas, como se fosse natureza. Por que essa confusão? Desde quando a horta, tal como a cidade, não é simplesmente “cultura”? Desde quando “agricultura”é natureza?
Por que um edifício, que precisa de terreno para subir, que precisa de materiais naturais, ou materiais artificiais (como na plantação se usa trator, plásticos para o sombreamento, adubos), que também se relaciona com a luz solar, com as águas, o clima, não é visto do mesmo modo? Obra do homem, ambos. Construção fruto da história.

Sim, vamos batalhar pela integração do verde na cidade –mas compreendendo que eles não se opõem.
Aliás, é simplesmente a cultura que inseriu a arborização, o paisagismo, a jardinagem nas áreas públicas da cidade –e isso, entre nós, tem apenas menos de 200 anos!
Cidade e verde, já agora, são uma única “natureza”, ou, se quisermos, uma única “cultura”.

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