sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Campanhas presidenciais ignoram as demandas urbanas


Do discurso de Barack Obama, na noite da vitória, eu havia destacado o fato dele comentar a crise financeira em que o mundo está envolvido com uma metáfora sobre a cidade: “Não podemos ter uma próspera Wall Street enquanto a Main Street sofre”.

Agora, a revista VIVERCIDADES, da ONG de mesmo nome, sob o título desta nota, publica uma tradução de texto de Ingá Saffron, originalmente divulgado em The Philadelphia Inquirer.

Como se vê, não é apenas no Rio que o tema urbano está ausente das campanhas eleitorais, como aconteceu nestas últimas eleições para prefeito. Você ouviu algum candidato falar sobre a expansão da cidade? Sobre a dispersão? Sobre a recuperação da centralidade metropolitana no centro da cidade? Sobre a necessidade de transformar os trens em metrô, dando um novo patamar para a melhora dos subúrbios da zona Norte? Pois, também nos USA, segundo Saffron, os candidatos passaram incólumes pelo desafio dos problemas urbanos. Mas as coisas mudarão. Cá e lá.
[Por Sérgio Magalhães]
Crédito da imagem: Lucas Franco, intervenção sobre imagens de jmph.blog.lemonde.fr; jewcy.com; pastemagazine.com; yogurt.myblog.com.br; congressoemfoco.ig.com.br; www.terra.com.br/istoe; agatajo.fotoflog.com.br; blogmais.files.wordpress.com

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Grande notícia!

Grande notícia! Depois de décadas de desacertos, pode ser que agora a ação governamental contra a violência esteja construindo uma política eficaz e duradoura. Hoje, os jornais anunciam que, junto com o policiamento permanente e com a retomada do território da Cidade de Deus pelas forças legais –isto já é uma notícia importante!-, o Estado passou a combater simultaneamente a rede clandestina que se apóia em atividades econômicas sob domínio da bandidagem. Venda de gás, bailes, rádios piratas, gatonet, transporte pirata, mototáxis passaram a ser considerados braços fortalecedores dos traficantes. O governo passou a combate-los.

Após reprimir ação de bandidos na Cidade de Deus, PM acaba com bailes e venda de gás

Estamos presenciando um momento que poderá vir a se constituir como o marco da recuperação sustentável do Rio de Janeiro.Santa Marta retomada –e permanentemente mantida- e Cidade de Deus em processo de recomposição: isto só pode ser uma graça de Natal, que se deseja com validade para todos os dias dos próximos tempos.

[Por Sérgio Magalhães]

Outros textos correlacionados:

"Uma agenda para reconstitucionalização do território" - Sérgio Magalhães

domingo, 14 de dezembro de 2008

Bairro-Escola premiado no IAB - RJ

O Programa de Estruturação Urbanística de Nova Iguaçu - Bairro-Escola foi novamente premiado, agora na 46ª Premiação Anual de Arquitetos (2008) do Instituto de Arquitetos do Brasil - Rio de Janeiro.
Para ver a lista de realizadores veja nosso post da premiação na XVI BAQ.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

IAB - Festa anual dos arquitetos 2008
dia 12 de Dezembro 19:00



O Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB-RJ, tem o prazer de convidar para cerimônia da 46ª Premiação Anual de Arquitetos, Premio Arquiteto do Amanhã, homenagens ao Profissional do Ano e a Personalidade do Ano e Premio Urbanidade 2008.
Dia 12 de dezembro de 2008, sexta-feira, às 19:00h
Na sede do IAB/RJ - Rua do Pinheiro, 10, Flamengo, Rio de Janeiro

Visite o site do IAB/RJ: http://www.iabrj.org.br/

Bairro-Escola premiado na Bienal de Quito

O Programa de Estruturação Urbanística de Nova Iguaçu - Bairro-Escola ganhou Menção Honrosa na XVI Bienal Panamericana de Arquitetura de Quito.

Trata-se de projeto de requalificação urbana associada à promoção educacional em município na periferia da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil.
O Programa de Estruturação Urbanística de Nova Iguaçu - Bairro-Escola apresenta dois componentes:
-a qualificação urbanística dos principais eixos estruturadores da cidade, objetivando a melhora da articulação intra-urbana e da mobilidade; e
-a qualificação urbanística das principais centralidades, objetivando o aproveitamento dos equipamentos sociais em reforço dos equipamentos escolares e permitindo a plena fruição dos espaços públicos em sinergia com o aumento da carga escolar. É o Bairro-Escola.

Realizadores:
Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu
Prefeito Lindberg Farias
Coordenadoria Bairro-Escola
Maria Antônia Goulart
SEMCID – Secretaria Municipal da Cidade
Secretário Hélio Aleixo
UGP - Unidade de Gerenciamento do Programa
SEMPE – Secretaria Municipal de Projetos Especiais
Secretário Hélio Porto

Sérgio Magalhães Consultoria
Programa de Estruturação Urbanística de Nova Iguaçu - Bairro-Escola

Ana Luiza Petrik e Orlando Mollica
Via Light
ArquiTraço Projetos
Estrada de Madureira
BLAC Arquitetura
Eixo da Posse
DDG Arquitetura
Bairro-Escola de Austin
Fábrica Arquitetura
Eixo Roberto da Silveira
F Ferreira Arquitetura
Eixo Ferroviário
IZLP Arquitetura
Eixo Barros Júnior
JDS engenharia
Infra-estrutura
JC Miguez & Cia
Plano setorial de iluminação pública
Núcleo de Pesquisa em Paisagismo PROURB
Plano setorial de vegetação urbana e reflorestamento
Redig Design
Programação visual e sinalização
Ricardo Villar Arquitetura e Urbanismo & Ricardo Esteves
Transposições, sistema viário e acessibilidade
Rivera Urbanismo e Arquitetura
Bairro-Escola de Cabuçu
Ruy Resende Arquitetura
Bairro-Escola de Comendador Soares
Sólida Arquitetura
Bairro-Escola de Miguel Couto
Taulois & Taulois Arquitetos
Bairro-Escola do Centro

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Concurso Internacional arturbain.fr

Com vista a promover a qualidade de vida nas cidades, a associação francesa para a arte urbana, através do Seminário Robert Auzelle, convida todos os anos equipes multidisciplinares de estudantes e docentes do mundo inteiro a refletir sobre um tema relacionado à Arte urbana. O tema escolhido para 2008/2009 é:

“Compor com a natureza, territórios intermunicipais e pequenas cidades”

Veja o texto na integra

Visite o site oficial



sábado, 6 de dezembro de 2008

“The Global Urban Context” - Urban Age


Na mesa de discussão “The Global Urban Context”, foi apontada com freqüência a importância da atual crise econômica mundial.
Michael Cohen (New School University - New York) apontou alguns impactos da crise atual como a contração das economias urbanas; o possível aumento da informalidade, das desigualdades e da migração para os grandes centros devido a queda da qualidade de vida rural nos países que tem os commodities como base da economia; um maior risco de impactos infra-estruturais e menos cidadania devido a um setor público mais fraco. Em resumo, um momento de muitos riscos urbanos.
Saskia Sassen (London School of Economics e Columbia University) nos presenteou com uma interessante apresentação onde colocou que na verdade não há uma economia global e sim circuitos especializados em partes diferentes do mundo. E que esses circuitos não são necessariamente econômicos e podem ser também culturais, ambientais, entre outros setores possíveis.
Sassen afirmou também que existe mais flexibilidade nos níveis das economias urbanas que no mercado financeiro, e que as cidades devem usar a importância de sua escala para maximizar sua diversidade e sua flexibilidade para superar as conseqüências da atual crise.
Andrea Calabi e Raquel Rolnik (USP) ressaltaram a necessidade de ver a crise como oportunidade do Governo intervir no rearranjo das possibilidades metropolitanas.
Por fim, André Urani (IETS) destacou a necessidade de mudanças institucionais para melhorar a governança e de maior flexibilização institucional e econômica, compartilhando com a opinião de Sassen.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Para o futuro das cidades


Richard Sennett, professor da London School of Economics e da New York University, levantou na conferência Urban Age, três pontos fundamentais para a discussão do futuro das cidades na atual conjuntura de crise global:
1_ ampliação do foco sobre questões relativas ao tema trabalho;
2_ tendência à atuação em projetos menores, mais locais, e menos metropolitanos, em grande parte devido à redução dos recursos disponíveis;
3_ possibilidade de transformar o quadro atual em um momento de novas oportunidades criativas.

Urban Age Award


Terminou hoje, a conferência Urban Age South America em São Paulo. Foram dois dias de intensa discussão com profissionais de todo o mundo e a entrega do Deutsche Bank Urban Age Award que premiou o Projeto Edifício União com US$100.000,00, entre 133 projetos paulistas tendo 12 finalistas.
O projeto diz respeito à reconversão do Cortiço da Rua Sólon, um edifício não terminado e invadido onde viviam mais de 70 famílias, ocupando inclusive o fosso dos elevadores. Com apóio da FAU/USP os moradores se organizaram e iniciaram um retrofit do edifício e reduzindo o número de famílias ocupantes. Foram refeitas as redes elétricas e terminada a fachada principal com apoio de empresários vizinhos. As melhoras coletivas incentivaram os moradores a melhorar também suas unidades, criando círculo virtuoso de investimentos coletivos e individuais.
Ao que parece o prêmio Urban Age servirá para finalizar as outras fachadas e a rede de água e esgoto do edifício.

Nos próximos dias lançarei no blog alguns comentários, opiniões e propostas dos especialistas presentes na conferência.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Urban Age - América do Sul

Amanhã começa a CONFERÊNCIA URBAN AGE AMÉRICA DO SUL (3 – 5 de dezembro de 2008 /São Paulo).

"Mais de 50 apresentações sobre transformações urbanas inovadoras em 14 paises preparam o cenário para a Conferência Urban Age, a oitava de uma serie agora anual de investigações interdisciplinares sobre o futuro das cidades. De 3 a 5 de dezembro de 2008, o Urban Age reunirá 100 líderes urbanos – prefeitos, formuladores de políticas, eminentes acadêmicos e autores lado a lado a arquitetos e urbanistas responsáveis por importantes projetos de regeneração urbana ao redor do mundo – para fazer frente aos aspectos sociais, espaciais e econômicos subjacentes ao crescimento urbano na América do Sul.

O Urban Age South America está sendo organizado em associação com o Estado de São Paulo, o Município de São Paulo, a Universidade de São Paulo e o Centro de Estudo de Política e Economia do Setor Público na Fundação Getúlio Vargas. Um grupo de especialistas internacionais, regionais e locais desenvolverá um trabalho conjunto através de uma série de workshops em São Paulo e Londres durante 2008, nos temas centrais de exclusão social e violência urbana, transporte público e mobilidade, e a relação entre crescimento urbano e provisão de infra-estrutura."

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A revitalização do Rio

A revitalização do Rio é título de artigo de Miguel Bahury publicado pelo Globo.
Ele defende a venda, pela Prefeitura, do que chama por “potencial adicional de construção” ou “direitos urbanísticos adicionais”. Trata-se de vender-se a permissão para que agentes imobiliários construam edifícios com área maior do que aquela prevista na legislação. O resultado da venda seria necessariamente aplicado pela Prefeitura em ações de interesse geral.

Mas o que legitima a regulação urbanística não é a idéia de que a lei deve estabelecer o que será o melhor para a cidade? Se o melhor for edificações com 10 pavimentos, por hipótese, por que se permitir 20 pavimentos, mesmo pagando-se?

Bahury informa que em São Paulo este procedimento já foi adotado, pelo menos em duas oportunidades, gerando centenas de milhões de reais aos cofres municipais. E diz mais: “Novamente o Rio fica atrás de São Paulo”.
Não me parece que esta seja uma corrida saudável.
A revitalização do Rio não há de ter como caminho pagar-se para sair da lei. Ao contrário: precisamos justamente ter leis que sejam efetivas, obedecidas. Por todos: pobres, ricos ou remediados. A cidadania se fortalece no cumprimento do acordo coletivo. O pagamento pelo “jeitinho” nos tem saído muito caro.

[Por Sérgio Magalhães]